Meu eu é um ser extraterrestre.
Meu eu é um ser extraterrestre.
Assim como os demais eu,
Nada tem de terrestre.
Aliás, se fosse terrestre,
Seria enterrado com o corpo,
Que na terra fenece.
Se o corpo então na terra fenece,
Onde será que o eu permanece?
O eu não permanece na terra.
Permanece, porém, no chão
Do enigmático coração.
Pois na enigmática vida
O ser vai para dois lugares:
O corpo para o chão;
O eu para o outro torrão,
Que nunca será o chão.
Torrão que engana os olhos.
Quase tudo que engana os olhos
Pode enganar o sabe-tudo coração.
Meu eu é um ser extraterrestre.
Assim como os demais eu,
Nada tem de terrestre.
Meu eu assim é o mestre
Do corpo que na terra fenece.
Mestre que se escondeu,
Por causa das leis da natureza,
Por trás de algum véu.
Cortina que se estende além do céu azul,
Dos olhos, das águas e das estrelas.
Também embaixo da terra,
Que também não se rendeu.
O eu, pois, é um ser extraterrestre,
Que desaparece,
Quando o corpo fenece.
Se o eu não fenece,
Para aonde irá todos os eu?
Brasília, DF, em 27 de março de 2019.
Meu eu é um ser extraterrestre. Poema de Bomani Flávio.
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