Não me toque, meu amor.
Não me toque, meu amor.
Por favor, não me toque.
Estou muito sujo.
Ir para a cama tão sujo assim
Sujará os limpos lençóis.
Pois preciso urgentemente de um banho
Para recuperar a energia que faz surgir os beijos intensos,
Viagens inesquecíveis ou mensagens incansáveis.
Não importa se na lua minguante,
Cheia ou crescente.
Enquanto não tomar meu banho,
No rio que banha a árvore da vida,
Com água que limpa a vida do casal,
Não me toque, meu amor.
Por favor, não me toque.
Pois o que eu vi na rua me contaminou.
Meus olhos aceitaram a luxúria.
Dormiram com a luxúria,
Que não são destes lençóis.
É preciso que eu recupere a coluna de fogo,
Que aparecia durante a noite.
Complemento da grande nuvem, durante o dia.
Somente assim os estranhos cenários desaparecerão.
Cenários que impedem os toques.
Tão comuns nas fotografias nos quartos e na sala,
Que fazem lembrar, como bússolas, do nosso amor.
Brasília, DF, em 27 de outubro de 2019.
Não me toque, meu amor. Poema de Bomani Flávio.
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