A pandemia da embalagem frágil.
“Em uma terrível madrugada,
acordou com dores nas articulações dos braços
e das pernas. Beirando quase que a calafrios.
Repentinamente, após aflita oração a D’us,
sentiu como um fogo restaurador
penetrar nos braços e nas pernas.
Somente assim recuperou o sono e a paz.
Vacina que não parece deste mundo.”
Embalagem frágil.
Confiança que não vale um centavo.
Durante a pandemia,
O ser vira uma embalagem frágil.
Côncava,
Que não vale um centavo.
Durante a pandemia, o ser vira uma embalagem frágil.
Daquela que não vale um centavo.
Vulnerabilidade que atrai o cravo.
Pois a pandemia vem da região dos gelos.
Das montanhas do cravo.
Com certeza, pode atingir aquele,
Que não vale um centavo.
Porque o ser é uma pessoa côncava,
Que não vale um desagravo.
Desse jeito, minha geração não vale um centavo,
Pois se sustenta, de forma capenga, no mal do cravo.
Durante a pandemia do cravo o ser parece rebaixado,
Para a confiança que não vale um centavo.
Desvalorização que deixa todo mundo louco,
Por causa da embalagem frágil,
Durante o flagelo do cravo.
Tanto refinamento técnico adquirido nos milênios
Para resistir, de forma capenga, a um cravo.
Resta agora sobreviver por meio da linguagem do cravo
Para não se tornar um escravo.
Mas o que há então por trás da pandemia,
Se não for, sempre ele, o querer?
Flagelo contra o querer,
Porque ninguém quer morrer.
Pandemia contra o querer,
Que há no ser.
Alvo do terrível pescador.
Implacável na dor.
Onde não há dor,
Certamente não há amor.
Brasília, 08 de abril de 2020.
A pandemia da embalagem frágil. Poema de Flávio Fiorentina.
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