Antes que os sonhos deslizem,
Para o mar que não banha Belize,
Busque a inspiração.
Inspire-se ouvindo Elisa.
Talvez descubra também o que há por trás
Do sorriso de Monalisa.
Mas se quiser outro clima,
Pode se inspirar olhando para cima,
Onde está o deserto de Qetar.
Perdido sobre a imensidão do mar.
Se não souber que mar seja esse,
Levante o peito para olhar.
Estufe o peito, de preferência.
Pois esse deserto tem influência
Abaixo, além ou acima dos olhos,
Por causa de sua abrangência.
Primeiro porque amedronta os olhos,
Que pode deixar a todos caolhos.
Deserto de boca sem portas, nem janela.
Curvatura onde não vejo sentinela.
Depois porque a vida entrou por ele.
Caso contrário, nasceu debaixo dele.
Esse deserto, de fato, é extraordinário,
Por causa do seu sedutor cenário.
Então levante os olhos para olhar,
Se a inspiração estiver a falhar.
Olhe atentamente para o deserto de Qetar.
Do tamanho das terras e as águas de todo o mar.
Inspire-se, pois, ouvindo Elisa.
Tão inspirador quanto o sorriso de Monalisa.
Mas, se atentar para Qetar,
A inspiração pode criar nova curvatura,
Novos projetos ou modelos,
Para o desenho que está a criar.
Quem sabe afastar a depressão,
Que possa estar severamente a assolar.
Verdadeira inspiração,
Pois de Qetar, durante o dia ou a noite,
Brota o sol, a lua e as estrelas.
Inspiração para viver, sonhar ou amar.
Mas a inspiração começa ouvindo Elisa,
Sem esquecer do deserto de Qetar.
Brasília, DF, em 07 de agosto de 2020.
Inspire-se ouvindo Elisa. Poema de Flavio Di Fiorentina.