O Brasil está parindo um olho.
Não é o Olho de Hórus,
Mas um olho de verme,
Nas estranhas do poder.
O Brasil está parindo um olho,
Para o esgoto vergonhosamente aparecer.
Então, que olho será esse,
No subterrâneo do poder?
É o terrível olho de verme,
Que, se não ferir,
A todos pode abater.
Olho que brota do esgoto
Do subterrâneo do querer.
O querer também tem seu esgoto,
Escondido dentro de cada ser.
Pois nas entranhas do poder,
Esse olho fica torto.
Às vezes quadrado,
Para impor seu querer.
Esse olho, infelizmente, tem poder.
Capta os súditos
Com aquele ódio do mal querer.
Antes que eu esqueça,
Preste atenção.
O Brasil está parindo um olho.
Filho da puta de um olho,
Que não é rei.
Este palavrão, por favor, me perdoe.
Mas, infelizmente, não vai assustar este olho,
Que se acha rei.
Como eu sei?
Olhando para Brasília.
Se os ventos pararem,
Poderá ocorrer o parto
Do olho que se acha rei.
Porém os ventos não podem parar,
Porque uma pátria tem seus olhos.
Um país, sem cumprimento das leis,
Coloca o subterrâneo, para acontecer.
O Brasil está parindo um olho,
Nas entranhas do poder.
Um olho ou um monstro.
Aliás, uma incrível besta,
Que, se nascer,
Pode fazer a grande nação,
Em unidade, se perder.
Brasília, DF, em 03 de julho de 2020.
O Brasil está parindo um olho. Poema de Flavio di Fiorentina.