Arquivo para categoria: Poemas sobre o ser e a energia pessoal.

Estou muito triste

Estou muito triste.

Se estou muito triste, decorre das torres.

Das altas torres existentes na terra e no céu.

De outras milhares dentro do mar.

 

Infelizes torres, que afligem o meu eu.

Construções que são de assustar.

Assim, se estou triste, depende das altas torres na terra e no céu.

De outras milhares dentro do mar.

 

Assustam tanto que corro para o quarto

De onde, às vezes, não me aparto.

Eu me trancar seja a solução.

Será, porém, uma boa ação?

 

Talvez, se eu não pensar, seja uma boa ação,

Para fugir destas altas torres na terra e no céu.

Outras milhares dentro do mar.

Às vezes as torres, que aflingem o meu ser,

São maiores do que as da terra, do céu ou do mar.

 

Porque essas construções querem me tombar para a esquerda.

Outras para a direita.

Ziguezague para frente ou para trás.

Às vezes me levar para um desconhecido estreito.

 

Diante dessas torres tão íngremes, capazes de assustar,

Como meu eu vai se comportar?

Talvez tendo as asas de uma águia.

Olhando de cima ou para baixo.

O tamanho das torres depende de como olhar.

 

E vou agora novamente recomeçar.

Altas torres na terra e no céu.

Outras milhares dentro do mar.

 

Porque é humano se assustar,

Para que o ser venha a se ajustar.

Assim, os olhos são capazes de criar miragem,

Que, infelizmente, pode roubar a coragem

De quem não acredita apenas na aparente realidade

Brasília, DF, em 19 de novembro de 2020.

Altas torres do mar. Poema de Flavio di Fiorentina.

desalinhamento

A minha perturbação mental.

 

Segundo dia da primavera. 
O silêncio
não habita em meu coração  quando estou escrevendo.
Flavio di Fiorentina.

 

 

De onde vem essa terrível perturbação mental,

Que me deixa tão mal?

A causa da perturbação mental, quando chega, vem das torres do mar,

Que estão debaixo do paladar.

 

Se não souber onde está o seu paladar,

Procure as torres próximas ou embaixo da língua.

Vasculhe direitinho,

Para que você mesmo não fique à míngua.

 

Essas são as misteriosas torres do céu e do mar!

Das terras escondidas,

Que os olhos não enxergam,

Vistas do lado de cá.

 

Pois quando o desalinhamento mental vem do mar,

O ser inexplicavelmente começa a se odiar.

Obviamente porque está a se desalinhar,

Por causa, mais uma vez, do paladar.

 

O ser fica tão desalinhado quanto esculhambado,

Por causa das estranhas torres do mar.

Onde estará o instrumento à disposição,

Se existir ferramenta, para que possa se realinhar?

 

Enquanto não achar a ferramenta para se aprumar,

O ser vai se desalinhando.

Pode estar virando uma parede desalinhada,

Por causa das torres do mar,

Que afetam excessivamente o paladar.

 

Pois ficar sem sustento no chão,

A pessoa pode ficar fora do prumo.

Infelizmente sem rumo.

Tão difícil de caminhar.

 

Caminhada fácil que agora foi embora,

De forma que me deixou fora.

Exatamente fora da estrada,

Onde existe a paralela estrada,

Que não favorece a retomada.

 

Se não for bêbado,

Nem mal passado,

Como meu ser virou uma parede desalinhada,

Alcoolizada?

 

A causa do desalimento mental vem das torres do mar,

Que afetam as terras do lado de cá.

Imagine se houvesse terras sem o mar.

Não haveria barcos, caravelas ou navios.

 

Segundo a ciência das ideias sem causas aparentes,

O mar foi colocado para o homem saber que a água não veio da terra,

Nem a terra veio do mar.

 

De onde veio a terra e o mar?

Veira da loucura dos olhos,

Para estarrecer e acalmar.

 

Ingredientes existentes no meu coração.

Cheio de terra com seus tantos mares.

Mas de onde vieram as paredes desalinhadas,

Que afetam negativamente o equilíbrio do meu caminhar?

 

Mas o desalinhamento mental deveria ter vindo das torres da terra,

Onde se pisa e se anda.

Talvez assim fosse mais fácil adentrar as bases do paladar.

 

 

 

Brasília, DF, em 23 de setembro de 2020.

O meu desalinhamento mortal. Poema de Flavio di Fiorentina.

Energia

Se estiver sem energia, vá para Kizur.

Sexta-feira, 27/09/2019.
Dia começa com surpreendente
relato de ex-procurador-geral
sobre tentativa contra ministro da suprema corte.
(*) O que será que há por trás das vontades?

Vá para o topo do Kizur,

A montanha da vida.

Se estiver sem energia,

Para um novo amanhã,

Não esqueça de Kizur,

Para sarar a ferida.

 

Mas somente se for para aquela dor

Que não cura de noite,

Nem de dia.

 

Corra para Kizur,

Onde o dia sempre vira sol,

A noite sempre vira lua.

Talvez assim consiga a harmonia,

De que tanto busca e precisa.

 

Pois Kizur trabalha com ferida,

Daquelas que impedem qualquer corrida.

Dor que perturba como pimenta,

Machuca que nem ferro quente,

Mas ninguém vê,

A não ser o próprio ser,

Que chora e demasiadamente sente.

Ferida assim trabalha com a noite e o dia,

Em vaivém para acabar com a harmonia.

 

A bendita harmonia

Que pode não haver,

Durante o ano ou meses,

Semanas ou dias.

Tudo para confundir o desorientado ser,

Que antes regia-se por acordes e melodia.

 

Portanto, em tempos de vulnerabilidade,

Ninguém merece ser formiga,

De forma a carregar o mundo,

Não nas costas, mas na barriga.

 

Caso o ser não se recomponha,

Da ferida que abate a harmonia,

Estranhos fungos o tragarão.

O ser não pode, ainda vivo, se decompor,

Poque não é zumbi,

Quem se decompõe andando, vendo e cheirando.

 

 

Então corra para o topo do Kizur,

A montanha da energia.

Templo do desapego aos amores,

Das riquezas ou dos devaneios.

Montanha mais alta do que o Everest,

Quase dez vezes mais alta,

Porém acessível a qualquer um.

 

Mas caso não queira ir para o topo do Kizur,

Chegue ao menos até ao acesso.

Tente colocar os dois pés.

Quem sabe assim sinta que a vida tem montanhas,

De graus e tamanhos diferentes,

Mas talvez não seja para qualquer um.

 

Brasília, DF, em 27 de setembro de 2019.

Se estiver sem energia, vai para Kizur. Poema de Bomani Flávio.

sentido da vida

Voando de paraquedas aos 102 anos de idade.

Homenagem a Dira, moradora de Boituva, São Paulo. Uma senhora com 102 anos de idade.

Voando nos céus de paraquedas,

Para entender o sentido da vida.

Estou voando no paraquedas,

Tendo na bagagem muita vida.

 

A de cento e dois anos de idade.

Será agora meu estilo de vida?

Se não superar os paraquedas,

Como vou superar as previsíveis quedas?

 

O chão eu já conhecia demais.

Precisava também conhecer os ares.

Voar como aqueles animais,

As aves do céu.

Se o chão fascina os olhos,

Do alto pode haver muita emoção.

 

Então pode divulgar para todo o mundo.

Estou voando de paraquedas,

Para a vida não ser tão azeda.

 

Não há restrição para a idade,

Se tudo vem da vontade.

A fragilidade poderá estar no coração,

Nem tanto na cautelosa razão.

 

Estou voando de paraquedas,

Nos cento e dois anos de idade.

Tudo vem da vontade,

Mas tem que ter coragem.

Todo o ser consegue realizar proeza,

Mas, na debilidade, tem que ter frieza.

 

Brasília, DF, em 01/04/2019.

Voando de paraquedas aos 102 anos. Poema de Bomani Flávio.

tristeza

Quebre a tristeza no amanhecer.

Se não consegue arrumar o anoitecer,

Quebre a tristeza no amanhecer.

Insignificante se esteja no silêncio da praia,

Na calmaria de um rio ou onde possa estar.

 

Quebre a tristeza no amanhecer.

Verá que a essência da vida é arrumar o anoitecer,

Que é a base do acontecer.

 

Pois tristeza, ódio, pavor, mágoa, medo, violência.

Tudo que acontece precisa ser resolvido no anoitecer.

De preferência no início do escurecer,

Para o fardo do dia não atingir o amanhecer.

 

Assim, destruir a mobília da casa para se recompor,

Maldizer pela falta de sorte na vida,

Xingar com toda a força a quem ama,

Envenena demasiadamente o corpo, o ser.

Bagunçará sobremaneira o precioso anoitecer,

Além de levar o fardo do presente para o amanhecer.

 

Se estiver com dificuldade para arrumar o anoitecer,

Quebre a tristeza no amanhecer.

Muitas coisas somente se quebram nos primeiros raios do querer.

Ninguém sabe do porquê.

É o querer, o eterno querer,

Que pode bagunçar o anoitecer.

 

São tantos querer, na vida do ser.

Imagine levar toda essa carga,

Para o curto anoitecer.

O que poderá acontecer?

Simplesmente arrebentar o ser.

 

O anoitecer é pedra preciosa.

Diamante grátis para o rico e o pobre.

Se o sol gira para o dia.

O sol também girará misteriosamente a noite.

Os giros do sol são para arrumar o ser.

 

Se o ser não se recompor,

Estilhaçará igual a vidro.

Quando cair no chão,

Ninguém saberá do porquê.

O ser é um vidro de porcelana,

Carne por fora.

Vidro por dentro.

O ser precisa aproveitar bem o anoitecer.

Caso contrário, se estilhaçará sem tocar no chão.

Venha sol,

Venha chuva,

Quebre a tristeza no amanhecer.

 

Arrumar o anoitecer é remédio com poderoso princípio ativo.

Quem não aproveita o anoitecer com prazer,

Não conseguirá rejuvenescer a alma do querer.

 

Arrumar, arrumar.

Sempre o arrumar está presente na vida do ser.

Se não conseguir arrumar o anoitecer,

Perderá a noção do querer.

 

Quebre a tristeza no amanhecer.

Bendiga por existir.

Abra a boca para dizer que é feliz.

Jogue os medos, o pavor, no colo de alguém.

Não saia de casa sem dizer que consegue.

Verá que a essência da vida é arrumar o anoitecer,

Que é a base do acontecer.

 

Quebre a tristeza no amanhecer,

Talvez assim possa haver equilíbrio,

Entre o anoitecer e o amanhecer.

Esta é a essência do viver tranquilo.

Arrumar-se para não arrebentar o ser.

 

Brasília, 01 de outubro de 2018.

Quebre a tristeza no amanhecer. Poema de Bomani Flávio.

arvore da vida

Plante a árvore da vida dentro de você.

“E o Senhor Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista,
e boa para comida;
e a árvore da vida no meio do jardim,
e a árvore do conhecimento do bem e do mal.” Gênesis 2:9

 

Plante uma árvore dentro de você,

Caso tenha que usar papel.

Se cruzar com árvore cortada,

Plante uma árvore dentro de você.

Assim não ficará se lamentando,

Se o amanhecer não estiver nascendo.

 

Mas plante uma árvore dentro de você.

De espécie que não se encontra.

Dentre as consideradas extintas,

A que se chama árvore da vida.

Tão real quanto o alvorecer.

 

Assim que plantar a árvore da vida,

Dentro de você,

Caminhará na periferia,

Com os olhos vedados.

Irá ao centro da cidade,

Bem tarde da noite,

Se não for à luz do dia.

 

Andará na zona elegante da cidade,

Tirará fotos das casas ricas,

De olhos fechados.

Assim a polícia não perturbará,

Nem os moradores desconfiarão.

 

E se estiver em autoestrada,

Dirigirá sem medo de colisão.

Esteja onde estiver,

Vá aonde possa ir,

Terá sempre o sorriso estampado no rosto.

 

Outros frutos surgirão,

Se plantar a árvore da vida,

Dentro de você.

 

Será recebido com segurança por reis e rainhas.

Dispensará a escolta do batedouro de polícia,

Pois ficaria invisível no congestionado trânsito.

Fugirá com sucesso de complô ou conspiração.

 

Mas tudo será inútil,

Nada valerá,

Se não plantar uma árvore da vida dentro de você.

 

Plante uma árvore da vida dentro de você.

Faça isso,

Antes do sol nascer.

Se perder a oportunidade,

Assim que o sol se pôr.

 

Por exemplo, desordem em casa não terá,

Se plantar a árvore da vida dentro de você.

Filhos serão obedientes.

 

O passado existirá como uma referência.

Quem come dos frutos da árvore da vida,

Verá a mudança no seu lar.

Pode envelhecer um envelhecimento que não envelhece.

Envelhecer que não adoece.

Envelhecer que não morre.

 

Será a felicidade do envelhecimento,

Já que não precisará da alantoína ou ácidos,

Nem de fotoprotetor,

Para recuperar o colágeno da pele.

 

A árvore da vida é mais preciosa do que blindar o carro.

Mais barata do que colar de diamante de três milhões,

Que aparece no pescoço de mulheres nas festas de cinema.

No entanto, não tem cotação na bolsa de valores,

Porque não é mercadoria.

 

Plante uma árvore da vida dentro de você.

Os frutos são vegetais raros.

Não são vendidos em loja.

São produzidos no amanhecer.

Também são produzidos no entardecer.

Se não plantar a árvore,

Continuará sendo a mesma pessoa.

Terá os costumeiros problemas,

Como o envelhecimento que enruga a pele.

Sempre precisará dos produtos químicos

Para recuperar o colágeno.

 

De onde vem a árvore da vida?

Poucos sabem a origem de tal prescrição.

Mas á árvore da vida é paz com você e com os outros.

É viver para sempre no universo infinito,

Dentro de você mesmo.

 

Energia mais poderosa que existe,

Que está dentro de você.

Isso não pode ser loucura de um texto,

Achado por um gari quando varria a rua.

 

Tal ciência é maluca demais,

Quando contada por um poeta,

Na tarde de uma praça vazia,

Sem ninguém para ouvir.

Brasília, DF, Brasil, em 12 de maio de 2018.

Plante uma árvore dentro de você. Poema de ‎Bomani Flávio.

Equilíbrio emocional na corda de equilíbrio.

Equilíbrio emocional tem valor,

Se for para andar na corda,

Que se chama de equilíbrio.

Além de estar sóbrio,

O ser precisa de unidade.

Unidade por fora e unidade por dentro.

Bem-estar psíquico

Em comunhão com o físico.

 

Mas como ter unidade,

De corpo e alma,

Na corda de equilíbrio?

 

Pois, para me vestir, a troca de roupa,

Dezenas de vezes,

Até me cansar?

Isso não pode ser equilíbrio.

 

Seja para o trabalho,

Seja para a atividade do caralho,

A troca de roupa chegou a bizarrice.

 

O ser cansou ao despencar em desânimo.

O suor inundou o corpo.

Palavrões à vontade.

 

Como uma simples atividade rompeu a corda de equilíbrio,

Que havia dentro do meu ser?

Havia uma corda de equilíbrio,

Encravada nas entranhas do ser do meu ser.

 

Colocada lá dentro,

Sem eu perceber.

Equilíbrio interior,

Que se tem ao nascer.

 

Eu conseguia me equilibrar.

Andava naturalmente,

Vestia-me calmamente.

Sem nada a perturbar.

Vestir-me era prazeroso,

Visto a sensação de poderoso.

Poder que virou bagunça à minha frente.

Roupas amontoadas no chão.

A calça aperta que nem um louco.

A camisa sufoca mais do que o calor.

Desperdício de tempo que não me fez bem.

Virou saída de casa de qualquer jeito.

 

Não me sinto, pois, bem vestido.

Sensação de Frankenstein,

Que enfraquece a estrutura espinhal do ser.

Sistema imunológico que ganho e perco,

Na existência louca de ver e sentir.

Mas eu preciso recuperar a corda.

Preciso de mais.

 

Preciso de interação comigo.

Conhecer-me melhor.

Deleitar-me nos pequenos prazeres.

Não negar às minhas vontades,

Nem achar que são birras quaisquer.

Talvez assim eu consiga recuperar a minha unidade.

Todas dentro de uma única moeda.

Unidade por fora,

Além da unidade por dentro.

 

Brasília, DF, Brasil, 08 de março de 2018.

A corda de equilíbrio. Poema de ‎Bomani Flávio.