Estou muito triste.
Se estou muito triste, decorre das torres.
Das altas torres existentes na terra e no céu.
De outras milhares dentro do mar.
Infelizes torres, que afligem o meu eu.
Construções que são de assustar.
Assim, se estou triste, depende das altas torres na terra e no céu.
De outras milhares dentro do mar.
Assustam tanto que corro para o quarto
De onde, às vezes, não me aparto.
Eu me trancar seja a solução.
Será, porém, uma boa ação?
Talvez, se eu não pensar, seja uma boa ação,
Para fugir destas altas torres na terra e no céu.
Outras milhares dentro do mar.
Às vezes as torres, que aflingem o meu ser,
São maiores do que as da terra, do céu ou do mar.
Porque essas construções querem me tombar para a esquerda.
Outras para a direita.
Ziguezague para frente ou para trás.
Às vezes me levar para um desconhecido estreito.
Diante dessas torres tão íngremes, capazes de assustar,
Como meu eu vai se comportar?
Talvez tendo as asas de uma águia.
Olhando de cima ou para baixo.
O tamanho das torres depende de como olhar.
E vou agora novamente recomeçar.
Altas torres na terra e no céu.
Outras milhares dentro do mar.
Porque é humano se assustar,
Para que o ser venha a se ajustar.
Assim, os olhos são capazes de criar miragem,
Que, infelizmente, pode roubar a coragem
De quem não acredita apenas na aparente realidade
Brasília, DF, em 19 de novembro de 2020.
Altas torres do mar. Poema de Flavio di Fiorentina.