Arquivo para categoria: Poemas

A intolerância ofende a imagem do Criador.

A intolerância ofende a imagem do Criador,

Não importa a genética do agressor,

Que precisa dos olhos e da boca,

Para dizer que a vítima não tem nenhum valor.

 

O agressor valoriza muito a indiferença,

Licença que não tem nenhum valor.

Quanto mais o ser se torna intolerante,

Mais distante fica do Criador,

Que criou o homem à sua imagem e semelhança.

 

Se o agressor valoriza tanto a cor da pele,

O Criador, na criação, não indicou a cor.

Simplesmente criou homem a sua imagem e semelhança.

O Criador olha o homem de dentro para fora,

Não de fora para dentro.

 

Patrimônio que o agressor ignora,

Que olha a vítima de cima para baixo,

Com sinal de reprovação.

Esse raio X vulgar não tem nada de ciência.

Mas revela que o destino de todos é um só:

O cemitério de qualquer cidade,

Onde os desiguais serão vizinhos e iguais.

 

Etnia suprema na natureza há apenas uma:

O homem a imagem e semelhança do Criador.

Quando isso se rompe, cria-se a etnia do terror.

 

Isso se estende a toda forma de intolerância.

Machismo,

Racismo,

Preconceito contra pessoa LGBT,

Intolerância religiosa,

Intolerância contra pessoa com deficiência,

Intolerância contra estrangeiros,

Intolerância racial.

São tantas intolerâncias que se criariam o Livro das Intolerâncias.

Infelizmente, seria o livro do mal.

 

Assim, por causa da intolerância,

Quantas pessoas foram mortas,

Em nome da supremacia da cor.

 

Fato que levou a tantas guerras e traições.

Muitas culturas se apropriaram de outras.

Muitos povos foram subjugados.

Uns tornaram-se vencedores.

Outros escravos da própria sorte.

Alguns tiveram que refazer a vida em outros lugares,

Sujeitando-se a climas tão adversos,

Que mudaram a genética,

Que mudou a cor.

Mas tudo isso mudou a imagem e a semelhança do homem?

O próprio Criador escolheu a imagem e semelhança,

Como referencial para qualquer ser.

 

E o que sobrou depois de muitas intolerâncias?

Para os ricos, terras e riquezas.

Aos derrotados, a intolerância invisível de nossos dias.

 

Ódio contra ciganos,

Ódio contra negros,

Ódio contra judeus.

Ódio contra pobres.

E por que há tanto ódio?

 

Porque confundem a imagem do Criador,

Que não disse a sua cor.

A intolerância ofende a imagem do Criador,

Que não disse a sua cor.

 

Ninguém, na verdade, devia dizer a sua cor.

Caso qualquer documento exigisse,

A cor universal seria imagem e semelhança do Criador.

 

Brasília, DF, em 16 de outubro de 2018.

A intolerância ofende a imagem do Criador. Poema de Bomani Flávio.

Agora vou falar da minha pátria.

Todos falam de suas pátrias.

Agora vou falar da minha.

Filho que engradece a pátria,

Mas espolia o que a terra tem,

Impedi que a nação se torne uma rainha.

 

Para se tornar uma rainha,

Minha terra precisa de sonhos.

Urgentemente de sonhos,

Desses que levam homens à lua.

 

Sonhos que projetam foguetes no espaço.

Filhos que ganham prêmio Nobel.

Façanha decorrente de pesquisas e literatura,

Aliada à pacificação social.

 

Mas minha nação não acorda.

Pátria que não acorda,

Não realiza façanha.

Pátria não pode virar zumbi,

Que não é de ninguém.

 

Mas quando minha pátria sonhou,

No pouco tempo que sonhou,

Apareceu a capital que a nação ganhou.

 

Capital que inaugurou novos tempos.

A terra ingressou na modernidade do olimpo,

Por causa do sonho de ocupar os campos.

 

Teve filho que sonhou com o avião.

Logo surgiu o 14 bis.

Tem sonhado com futebol.

Quantas façanhas de assombrar  os campos!

 

O Brasil precisa assombrar outras terras, outros mundos.

A nação assombra outras terras com inovações.

Somente assim conseguirá assombrar os filhos,

Que querem estudo e emprego.

Os anciãos, de sonhos de vida boa.

É isso que minha terra precisa.

De sonhos para os filhos realizá-los.

Homens e mulheres com toneladas de energia e ousadia.

Filhos que buscam a governança pública.

Pois nação sem ordem,

As coisas desandam.

 

Se a corrupção atingir o prato,

Come-se os sonhos,

Do trabalhador.

 

Acorde, minha pátria.

Não adianta fazer carros que não andam,

Guardar foguetes que não saem da barriga,

Lançar modelos de internet e GPS para míngua  duas pessoas,

Se a população não tem hospital,

Nem transporte de excelência.

 

Outras pátrias têm sonhado.

Quantas têm sonhado!

Muitos frutos têm ganhado.

 

Acorde, minha pátria.

Vista o lençol das inovações.

Quanto mais inovar,

Mais prosperidade terá.

 

Está na hora de incitar os filhos,

Com sonhos e ousadia.

Quem sabe assim volte a ser rainha,

Que não seja da fada madrinha.

 

Brasília, DF, em 11 de outubro de 2018.

Agora vou falar da minha pátria. Poema de Bomani Flávio.

Coitado, meu nariz quer ser o dono do mundo.

Estão me dizendo que sou dono do mundo.

Estão me dizendo que sou dono do meu nariz.

Tanta bajulação tem nome e sobrenome.

São os conselheiros das vinte e quatro horas,

Que estão dentro do meu nariz.

 

Como pode habitar conselheiros,

Dentro do meu pequeno nariz?

 

Isso é revelação de assustar.

Alguém pode achar que estou ficando doido.

Então eu não posso a ninguém contar.

 

O que eu posso contar é que tenho um nariz.

Vou no espelho do banheiro.

Toco no meu pequeno olfato.

Como sempre, ele continua lá.

Tenho muita consideração pelo meu nariz.

 

Mas porque os conselheiros habitam lá,

Isso é para a ciência do futuro.

Porque a ciência do presente fala que é o cérebro.

Disso eu sei,

Pois é o cérebro que comanda o ser do meu ser.

 

Então ouço o refrão do hino novamente.

Estão me dizendo que sou dono do mundo.

Estão me dizendo que sou dono do meu nariz.

Haja tantos conselheiros,

Dentro do meu pequeno nariz.

 

Conselheiros das vinte e quatro horas,

Que foram morar dentro do meu nariz.

Como posso ser dono do mundo,

Se sequer sou dono do meu nariz?

Os conselheiros estão errados.

Como posso ser dono do mundo?

Talvez seja meu nariz empinado,

Encucando muitas e muitas asneiras

Dentro do meu insatisfeito ego.

 

Nariz que cheira.

Nariz que sente.

Agora nariz que comanda.

 

Ouço o hino novamente.

Estão me dizendo que sou dono do mundo.

Estão me dizendo que sou dono do meu nariz.

 

Então resta-me ir descansar dentro de uma rede de balançar.

Olhar para o céu estrelado.

São tantas estrelas no céu.

Cada estrela é um sonho.

Quanto mais se sonha,

Mais o céu fica estrelado,

Quanto menos se sonha,

Mais o céu fica nublado.

Ciência que ninguém consegue explicar.

 

Talvez assim eu consiga andar por mares nunca dantes navegados.

Porque os mares em que estou têm muitos legados.

Casa de aluguel que não vira propriedade.

Amortização de dívida que nunca acaba.

Adiamento de viagem para lugares quentes e que tenha água.

 

Será por isso que tenho tantos conselheiros,

Dentro do meu nariz?

Estão me dizendo que sou dono do mundo.

Estão me dizendo que sou dono do meu nariz.

Tanta bajulação tem nome e sobrenome.

São os conselheiros das vinte e quatro horas,

Que estão dentro do meu nariz.

 

Brasília, DF, em 06 de outubro de 2018.

Meu nariz quer me controlar. Poema de Bomani Flávio.

tristeza

Quebre a tristeza no amanhecer.

Se não consegue arrumar o anoitecer,

Quebre a tristeza no amanhecer.

Insignificante se esteja no silêncio da praia,

Na calmaria de um rio ou onde possa estar.

 

Quebre a tristeza no amanhecer.

Verá que a essência da vida é arrumar o anoitecer,

Que é a base do acontecer.

 

Pois tristeza, ódio, pavor, mágoa, medo, violência.

Tudo que acontece precisa ser resolvido no anoitecer.

De preferência no início do escurecer,

Para o fardo do dia não atingir o amanhecer.

 

Assim, destruir a mobília da casa para se recompor,

Maldizer pela falta de sorte na vida,

Xingar com toda a força a quem ama,

Envenena demasiadamente o corpo, o ser.

Bagunçará sobremaneira o precioso anoitecer,

Além de levar o fardo do presente para o amanhecer.

 

Se estiver com dificuldade para arrumar o anoitecer,

Quebre a tristeza no amanhecer.

Muitas coisas somente se quebram nos primeiros raios do querer.

Ninguém sabe do porquê.

É o querer, o eterno querer,

Que pode bagunçar o anoitecer.

 

São tantos querer, na vida do ser.

Imagine levar toda essa carga,

Para o curto anoitecer.

O que poderá acontecer?

Simplesmente arrebentar o ser.

 

O anoitecer é pedra preciosa.

Diamante grátis para o rico e o pobre.

Se o sol gira para o dia.

O sol também girará misteriosamente a noite.

Os giros do sol são para arrumar o ser.

 

Se o ser não se recompor,

Estilhaçará igual a vidro.

Quando cair no chão,

Ninguém saberá do porquê.

O ser é um vidro de porcelana,

Carne por fora.

Vidro por dentro.

O ser precisa aproveitar bem o anoitecer.

Caso contrário, se estilhaçará sem tocar no chão.

Venha sol,

Venha chuva,

Quebre a tristeza no amanhecer.

 

Arrumar o anoitecer é remédio com poderoso princípio ativo.

Quem não aproveita o anoitecer com prazer,

Não conseguirá rejuvenescer a alma do querer.

 

Arrumar, arrumar.

Sempre o arrumar está presente na vida do ser.

Se não conseguir arrumar o anoitecer,

Perderá a noção do querer.

 

Quebre a tristeza no amanhecer.

Bendiga por existir.

Abra a boca para dizer que é feliz.

Jogue os medos, o pavor, no colo de alguém.

Não saia de casa sem dizer que consegue.

Verá que a essência da vida é arrumar o anoitecer,

Que é a base do acontecer.

 

Quebre a tristeza no amanhecer,

Talvez assim possa haver equilíbrio,

Entre o anoitecer e o amanhecer.

Esta é a essência do viver tranquilo.

Arrumar-se para não arrebentar o ser.

 

Brasília, 01 de outubro de 2018.

Quebre a tristeza no amanhecer. Poema de Bomani Flávio.

velório

No velório, que tristeza na despedida da pessoa querida!

No velório, que tristeza na despedida da pessoa querida!

O ser chora demasiadamente a perda sofrida.

Vale a pena derramar toda a lágrima?

Óbvio que vale derramar toda a lagrima,

Mesmo que seja a gota mínima!

 

Então chore, chore bastante, pela pessoa querida.

Una-se a  outro para compartilhar a dor,

Porque a sete palmos da terra parece haver muito euforia.

Intensa alegria pelo diamante que tanto esperou.

 

Pois todo o ser é um diamante.

Pedra preciosa para a terra e o pó.

Todo o ser é uma pedra exuberante,

Que brevemente se esfarelará em pó.

Pó que se impregna na terra,

Que contém pó.

 

Tudo, pois, virará pó.

É o paradoxo da vida,

Que tem origem na barriga

Do ser chamado mulher.

 

Infeliz desfecho no derradeiro pó.

Se for pó, tudo vira pó, se saiu do pó.

Tudo, se veio da terra, virará pó.

Quanta injustiça dessa imprevisível lei,

Decorrente da terra e do pó!

 

Então chore, chore bastante, pela pessoa querida.

Una-se com outro que chora para compartilhar a dor,

Porque a sete palmos da terra parece haver muito euforia.

Intensa alegria pelo diamante que tanto esperou.

No momento da tristeza pela pessoa que se vai,

Cada lágrima uma declaração de amor.

Cada declaração uma palavra que vem da dor.

 

Infelizmente é a lei do pó da terra.

Tudo virará pó, pois do pó foi formado.

Muito difícil de explicar na hora da dor.

Na existência tão curta e atribulada,

A pessoa vira uma enigmática estátua,

Que se transformará em pó.

 

Então chore, chore bastante, pela pessoa querida.

Una-se com outro que chora para compartilhar a dor,

Porque a sete palmos da terra parece haver muito euforia.

Intensa alegria pela joia que tanto esperou.

É o paradoxo do caro e vulnerável diamante,

Que infelizmente, na hora da venda, se desfarela em pó.

 

Brasília, 25 de setembro de 2018.

No velório, que tristeza na despedida da pessoa querida! Poema de Bomani Flávio.

universo paralelo

Existe um universo paralelo dentro do meu ser.

Existe um universo paralelo dentro do meu ser.

Universo de possibilidades que não quer fenecer.

Medo,

Ódio,

Amor,

Traição,

Ambição,

Xingamento,

Raiva.

 

São tantas estrelas dentro do meu céu,

Que resistem em desaparecer.

Tudo interagindo entre si.

Tudo me deixando às vezes fora de mim.

 

Tudo parece girar sem fim.

No final ou no meio do dia,

Às vezes o dia mal começa,

As costas não suportam o fardo.

 

Universo que se expande,

Ao invés de diminuir.

Quanto mais se expande,

Talvez possa fazer com que meu ser desande.

 

Existe um universo paralelo dentro do meu ser,

Que talvez venha a me desdizer.

Parece que vou girar indefinidamente,

Entre tantos objetos aparentes.

Como posso me ajudar?

Como esse universo se formou?

Eu não sei explicar.

 

E eu não sou tão grande assim.

Altura varia entre 1,60m a 1,7m.

Às vezes chega, em dezembro, a 1,8m ou até mais.

Sou feito de carne e osso.

Como posso me ajudar?

 

Existe um universo muito grande dentro do meu ser.

Cresceu sem ao menos avisar.

Se o universo infinito me assusta,

O universo paralelo me apavora.

Bom seria se na escola explicasse como se comportar diante de tão grande universo.

E agora, o que devo fazer?

Se meus pais soubessem do tamanho desse universo,

Talvez ao longo da vida eu crescesse dosando a carga.

 

Mas o universo está em expansão dentro do meu ser.

A carga tende a aumentar.

Peso que controlo com medicação.

Se eu atingir o bem-estar emocional,

Talvez eu consiga controlar o grande universo dentro do meu ser.

 

Brasília, DF, Brasil, em 24 de setembro de 2018.

Existe um universo dentro do meu ser. Poema de Bomani Flávio.

motivo de guerra

Terra nova, terra velha. Tudo é motivo de guerra.

Terra nova, terra velha.

Às vezes terra vermelha.

Todo mundo quer pedaço de terra.

Não importa se tenha serra.

Terra nova, terra velha.

Tudo é motivo de guerra.

 

Assim, desde que nasci,

Haja conflito assim por terra.

Guerra na Síria ou no Iraque.

Guerra em tantos lugares.

A lista é enorme,

Em razão da guerra.

 

E sempre terá aquele pano de fundo.

Qual seja, pedaço de terra.

Ambição que não resta dúvida.

É valioso cada pedaço de terra.

 

Por que precisa-se morrer,

Por pedaço de terra?

Pode ser que a própria terra fique sem terra.

Mas um dia ela será implacável,

Pois levará a todos para dentro da terra.

 

Terra nova, terra velha.

Ainda há muita gente sem terra.

O povo curdo não tem terra.

Seja na velha, seja na nova terra,

Todo mundo quer pedaço de terra.

 

De tanto se buscar por terras,

Talvez nem tenha sequer pedaço de terra.

Terra nova, terra velha.

Tomara que isso não aconteça,

Porque temo por outros motivos de guerra.

A terra do meu e do seu coração.

Elas seriam motivos para tanta deterioração?

Tomara que não seja para exploração.

 

Brasília, 18 de setembro de 2018.

Terra nova, terra velha. Poema de Bomani Flávio.

batom

Peça para ela usar batom vermelho.

Peça para ela usar batom vermelho,

Se os raios do sol estão fugindo de casa.

Se não agir com saudades de casa,

O telhado e o quintal ficarão em paisagem cinza,

As plantas da casa perderão o vigor,

O quintal ficará repleto de folhas secas.

 

Tudo como herança da vida que restou.

Antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar o batom vermelho.

 

Do contrário, o casal será reprovado na brasa,

Que queimará cada centavo no lixo da casa.

 

Como um diligente cavalheiro,

Revitalize a vida dentro de casa.

Assim a alegria não ficará rasa.

Se cuidar da atmosfera de dentro,

A atmosfera de fora não repelirá a de dentro. 

 

Antes que seja tarde demais, 

Peça para ela usar batom vermelho. 

Talvez volte o antigo mar de rosa. 

Talvez não seja hora, pois, de achar o culpado,

Nem julgar quem realmente estava chapado.

 

Isso pouco importa. 

Antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar batom vermelho.

 

Pode ser que tudo volte como era antes,

Contato que deixe de ser litigante.

Antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar batom vermelho.

Se viver dentro se torna difícil, 

Viver fora não será nada fácil. 

 

Do que adianta o planeta rodar o sol várias vezes, 

Ao longo da existência, 

Se o romance e a conversa perderam a essência? 

O casal precisa recolorir a paisagem,

Com o tom da adequada dosagem.

Sem o reequilíbrio, tudo seguirá para a porcentagem.

 

Em tempos de adversidade, 

O casal não pode esquecer do antídoto.

Mas o melhor continua sendo jogar tudo no esgoto.

 

Assim, antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar o batom rosa.

Talvez ela não seja mais uma menininha,

Mas o cosmético rejuvenesce a pele.

Ela sentirá como é importante ser mulher. 

 

Assim que descer do ônibus ou do carro, 

Corra para ela, mas não seja bizarro.

Antes que seja tarde demais,  

Peça para ela usar o batom vermelho,

Pois esta cor é prazerosa.

 

Brasília, 17 de setembro de 2018.

Peça para ela usar o batom vermelho. Poema de Bomani Flávio.