Um terrível dilúvio saiu do meu pensamento.
Hoje é sábado e ouço som de avião passando sobre minha casa.
Todos estamos em casa.
Logo na véspera do horário de verão tardio.
Brasília agora está tranquila sob leve céu nublado.
Quanto dilúvio de água derramou em minha cidade!
Quando acordei, bastante água saiu do meu pensamento!
Quanto mais água saía do meu ser,
Mais meu ser levitava nas águas do amadurecimento.
Intensidade de água que estarreceu meu ser.
Bagunçou meu próprio calendário.
Dois dias viraram ano.
Cinquenta minutos três dias.
Talvez não haja outro igual.
Água que sai do pensamento.
Água que invade tudo onde o pé pisa.
Começa no mais simples sentimento,
Até romper a semente dentro do ser.
Poderosa terra do coração do ser.
Todo o quarto cheio de água.
Minhas roupas molhadas.
Toda a mobília debaixo d´água.
Eu levitava sobre a água.
Eu afundava sobre os mares.
Estaria ficando doido com tanta água?
Mais água que todos os oceanos.
Que dilúvio desumano!
Andei e nadei por estranhos mares.
O sol há muito que não se via.
Não houve prenúncio de água.
Não houve alertas de profeta,
Nem havia preparado uma arca,
Para me proteger desse tipo de água.
Intensidade que veio do sul, do norte, do oeste, do leste e de cima.
Enfrentei raios e trovoadas,
Estranhas trovoadas,
De não ter alvoradas.
Dias intermináveis navegando.
Como é ruim navegar sem-terra a avistar!
Para onde foi tudo mundo?
Onde não tinha gente, tinha peixes.
Muitos de assustar a existência.
Mas a alvorada finalmente chegou.
Ao abrir os olhos, não acreditei.
Sobrevivi os sombrios mares de dentro.
Sobrevivi os mares de fora.
Mares de dentro são os que estão dentro do ser.
Também são os que estão fora.
Sobrevivi o grande dilúvio.
Superei a travessia solitária dos mares.
Mais solitária que a remo de Klink.
A síndrome do pânico ficando para trás.
As esquizofrenias sem as esquizos .
Ondas de calor,
Boca seca,
Tontura,
Mãos frias e suadas,
Sensação de falta de ar.
Lista do terror saindo do pensamento.
Entre o meu ser e o nascimento,
Por onde entrou tudo isto?
Brasília, 03 de novembro de 2018.
Um terrível dilúvio saiu do meu pensamento. Poesia de Bomani Flávio.
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