Uma escola para educar meu coração.
Uma escola no meio do nada.
Mesmo que seja no meio do nada,
Vou criar uma escola,
Para educar meu coração.
Terá que ser no meio do nada,
Porque, no meio de tudo,
Pode descontextualizar a razão.
Ainda que se tenha uma fera indomada,
Presa dentro do coração,
Melhor deixá-la confinada.
Extremamente confinada no meio do nada,
Se não for no meio de tudo.
Pois toda escola deveria escolher o seu lugar.
Se será no meio do nada,
Ou se será no meio de tudo.
Talvez a mescla de ambos.
No meio do nada, dificuldades acidentais.
Mas no meio de tudo, tudo confusão.
Então, por que no meio do nada?
Tudo no meio do nada pode assombrar.
Acessos íngremes ou pantanosos.
Professores indispostos ao nada.
No meio do nada, uma nova ou velha escola para um recomeçar.
Recomeçar do improvável zero,
Porque, do jeito que está,
A mesmice acabe com o esmero.
Talvez nada venha a acontecer.
Ou, se já acontecer, pode mudar.
Escola sem partido,
Doutrinação ideológica.
Escola construtivista,
A comportamentalista.
Tantos tipos de aprendizagem,
Pluralidades de ideias,
Que podem complicar meu coração.
Talvez tudo possa complicar meu coração,
Que veio do nada.
Mas qual será a escola boa?
Aquela que não domina o coração,
Mas deixa o indivíduo livre como o pássaro.
Bicho disposto a voar.
Disposto a aceitar, aliás, uma outra paixão.
Brasília, DF, em 25 de maio de 2019.
Uma escola para educar meu coração. Poema de Bomani Flávio.
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Tudo ou nada? Dois lados tão opostos mas ao mesmo tempo tão complementares.