Uma onça tatuou minha pele.
Uma onça tatuou minha pele.
Quando eu esbanjava saúde,
Regada a alimentação fitness,
Academia e cooper,
Uma estranha onça, invejosa, tatuou minha pele.
Tatuou inexplicavelmente minha pele.
O animal rapidamente mudou a minha pele.
De segundos para outro,
Mudou a minha pele,
Que me deixou mal.
Deixou toda minha pele com manchas.
Salpicada de manchas.
De quê?
De manchas vermelhas.
Tatuou todo o meu corpo,
Para estarrecer e estremecer o meu eu.
O animal, infelizmente, se escondeu.
Para o médico se escondeu.
De tanto se esconder, reapareceu,
Para estarrecer e estremecer o meu eu.
Mas que onça pintada era aquela,
Que do nada surgiu?
Que agora eu vejo,
Do outro lado da janela,
Zombando do meu eu?
É a onça do cataclismo.
Vem do nada.
Aproveita o outono,
Talvez outra estação,
Para estarrecer e estremecer
A qualquer eu.
Todo o meu corpo salpicado de manchas.
De que manchas?
De manchas vermelhas,
Para estarrecer e estremecer o meu eu.
De onde vieram severas coceiras,
De fazer as mãos se contorcerem
Até provocar canseira,
Onde não havia canseira.
Como essa onça surgiu?
Veio do passado?
Do futuro?
Do nada surgiu.
Veio pelo ar.
Talvez por um creme corporal vencido.
Pode ter vindo por virose,
Mas nunca por neurose.
Onça maldita!
Veio do nada,
Para estarrecer e estremecer o meu eu,
Sob a reação do corticorten,
Com a ajuda do allegra.
Mas Elohim surpreendentemente agiu,
Para afastar esse maligno coliseu.
Não fosse assim,
O bicho teria se transformado na morte,
Para estarrecer e estremecer o meu eu.
Os piores bichos não estão na mata.
Podem estar dentro de qualquer eu.
Brasília, DF, em 27 de junho de 2019.
Uma onça tatuou minha pele. Poema de Bomani Flávio.
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