A camisa polo verde está me sufocando.
A camisa polo verde está me sufocando,
Mas eu não estou morrendo.
A páscoa, no horizonte, está chegando.
A camisa polo verde está me sufocando,
De forma que a respiração está baixando.
A camisa polo verde está me pressionando,
Tirando a paz que está acabando,
Mas eu não estou morrendo.
Parece que tudo está acabando,
Porque uma terrível enchente está chegando.
As árvores, as ruas, as casas.
Tudo está submergindo,
Dentro da água que a tudo está tomando.
Agora me vejo nadando.
Luto contra as águas,
Que estão me desafiando.
Elas estão me puxando,
Para um lugar medonho.
Mas estou resistindo.
Igual a um touro correndo.
Continuo nadando,
Pois estou sobrevivendo.
Porém preciso de um kit de mergulho,
Porque estou vencendo.
Com a camisa cinza me ajudando,
Estou vencendo a camisa verde,
Que está derretendo.
O caos, o pânico, o sufocamento
Tudo está derretendo, mas eu não estou morrendo.
A camisa verde está derretendo.
A camisa polo cinza está virando tudo.
Talvez o pesadelo tivesse evitado,
Se a camisa polo cinza eu estivesse vestindo,
Na manhã de uma quinta-feira que está chovendo.
Brasília, DF, em 19 de abril de 2019.
A camisa polo verde está me sufocando. Poema de Bomani Flávio.
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