A ansiedade transbordou da palma da minha mão.
A ansiedade transbordou da palma da minha mão.
Até dias atrás, porém, não valia um tostão,
Pois cabia na palma da mão.
De tanto não valer nada,
Encheu e transbordou para fora da minha mão.
Enganou meu coração.
Roubou meu cheiro.
Agora vale um baita tostão.
Quase tudo que transborda,
Para fora da mão,
Se não for para o lixo,
Tende a virar um baita tostão.
Mas a fortuna não tem mirado meu bolso.
Tem ido para as milhares de empresas,
Que fabricam a medicação.
Agora vivo acuado de montão.
Perdi o controle das coisas,
Que eu exercitava,
Por meio da palma da mão.
Quando isso ocorre,
O ser fica vulnerável.
Semelhante a uma sílaba estranha,
Perdida na frase, sem contexto e sem razão.
Sujeita à tesourada,
Do exigente professor de português.
A ansiedade transbordou da palma da minha mão.
Então resta eu reerguer meu coração,
Sem os conselhos da emoção.
O problema é que esta não gosta de ficar na palma da mão,
Nem gosta do cheiro que venha da razão.
Brasília, 07 de março de 2019.
A ansiedade transbordou da palma da minha mão. Poema de Bomani Flávio.