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Eu não consigo voltar atrás.

Eu não consigo voltar atrás,

Por causa do arrependimento.

Eu não consigo voltar atrás,

Para a vida reta que eu tinha.

 

Se quiser recuperar a vida caretinha,

Não vá para Guizar,

Onde não terá uma vida certinha.

 

Porque Guizar desafia as regras,

Onde lá não são efêmeras.

Se quiser se corromper,

Ali você vai se romper.

 

Se eu soubesse que aqui não tinha sol,

Para ajudar aonde pisa,

Eu teria trazido um tremendo farol.

 

Então não esqueça de viver uma vida reta,

Se achar que não seja coisa de careta.

Lascívias ou corrupção,

Tudo presente em Guizar,

Lugar onde o ser entra em contradição.

 

Quanto mais contradição na vida,

Mais próximo de Guizar.

Mas se não se apega a regras,

Que podem atormentar o coração,

Às vezes por anos ou décadas,

Em Guizar não se precisa de uma vida íntegra.

 

Aliás, talvez Guizar nunca venha a existir,

Não importa onde esteja,

Nem precisará voltar atrás,

Se o coração fizer tudo para se sentir feliz.

 

 

Brasília, DF, em 06 de outubro de 2019.

Em Guizá, não consigo voltar atrás. Poema de Bomani Flávio.

sentimento-de-culpa

O sentimento de culpa entrou pela janela.

Que sentimento de culpa é esse

Que está entrando

No interior do meu ser?

O vento diz que é a tamanha tristeza,

Estranha tristeza,

Que está a ameaçar meu ser.

Insistiu tanto que abateu meu ser,

Sem arma nenhuma para se defender.

 

Sentimento que virou uma corda.

Invisível corda.

Menos brinquedo para eu brincar.

 

Como será essa corda?

Como será esse nó?

Corda branca, azul, vermelha?

Grossa ou fina?

Peça pequena ou grande?

Nó mal feito ou bem feito?

Puta que pariu!

Basta ser uma corda,

Que machuca o ser.

 

Corda que gera uma dor de parto,

Para gerar sabe-se lá o quê.

Dor que aumenta a cada dia.

Se não aumentasse,

Ao menos eu gritaria.

 

Sentimento de culpa vagabundo!

Possibilita a satisfação dos desejos,

Por causa das inúmeras ofertas.

Mas o livre-arbítrio libera a culpa,

Que meu ser não imaginava ter.

Agora sente que virou um adulto capenga,

Que não sabe lidar com a culpa.

Se tem liberdade e é adulto, por que o sentimento de culpa?

Se a própria natureza liberou para ser um adulto,

Por que então o nó da corda no meio das entranhas?

 

Tristeza, estranha tristeza, que abate o ser.

Abate tanto que o sentimento de culpa foi crescendo, crescendo,

Até surgir um nó, nó de corda, para assustar o ser.

 

Desse jeito, como lidar com o nó nas entranhas,

Que entrou pela janela e transformou-se em corda?

Preciso descobrir como desatar esse nó.

Duas mãos, com extrema dificuldade, talvez consigam fazê-lo.

Quatros mãos podem muito mais.

Se o nó for extremamente difícil,

Uma rede de mãos pode ajudar.

 

Brasília, DF, Brasil, em 06 de julho de 2018.

Sentimento de culpa que abate o ser. Poema de Flavio di Fiorentina.