Muros que separam a sociedade.
Muros que separam a sociedade.
Muros que são mundo de muros.
Muitas histórias para contar.
Mas o que sobraram,
Para tão visíveis fronteiras?
Políticas de resistência.
Extrema resistência,
De pesadelo a superar.
Muros que, na verdade, dividem o mundo.
Muro na Cisjordânia.
Muro do México.
Muros de Ceuta e Melilla.
Muro do Chipre.
Muro da Vergonha de Lima.
Extensa lista de muros,
Que resume o pão.
Há, pois, o muro e, por detrás, o pão.
Todos, por conseguinte, querem pedaço de pão.
Sem o pão, pois, ninguém vive, veste ou brinca.
Pedaço na mesma proporção,
Igual para todos.
No início do mundo talvez fosse assim.
Nos dias atuais não é bem assim.
Todos querem pedaço de pão.
Mata-se pelo pão.
Esnoba-se pelo pão.
Essência que resume o problema: muro e pão.
Nos muros que separam a sociedade,
Há muitos mundos dentro dos muros.
Mas é nesse mundo de muros que vivo e sobrevivo.
Talvez uma nova Torre de Babel reunifique o pão.
Na mesma proporção.
Partes iguais para todos.
O grande problema já não estará nos muros,
Mas no pequeno, muito pequeno, coração,
Que gosta demasiadamente de sonhar.
Brasília, DF, Brasil, em 03 de junho de 2018.
Muros que separam a sociedade. Poema de Bomani Flávio.