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A ansiedade transbordou da palma da minha mão.

A ansiedade transbordou da palma da minha mão.

Até dias atrás, porém, não valia um tostão,

Pois cabia na palma da mão.

De tanto não valer nada,

Encheu e transbordou para fora da minha mão.

Enganou meu coração.

Roubou meu cheiro.

Agora vale um baita tostão.

 

Quase tudo que transborda,

Para fora da mão,

Se não for para o lixo,

Tende a virar um baita tostão.

 

Mas a fortuna não tem mirado meu bolso.

Tem ido para as milhares de empresas,

Que fabricam a medicação.

 

Agora vivo acuado de montão.

Perdi o controle das coisas,

Que eu exercitava,

Por meio da palma da mão.

 

Quando isso ocorre,

O ser fica vulnerável.

Semelhante a uma sílaba estranha,

Perdida na frase, sem contexto e sem razão.

Sujeita à tesourada,

Do exigente professor de português.

 

A ansiedade transbordou da palma da minha mão.

Então resta eu reerguer meu coração,

Sem os conselhos da emoção.

O problema é que esta não gosta de ficar na palma da mão,

Nem gosta do cheiro que venha da razão.

 

Brasília, 07 de março de 2019.

A ansiedade transbordou da palma da minha mão. Poema de Bomani Flávio.

A ansiedade não vem do planeta Marte.

A ansiedade não vem do planeta Marte,

Onde não vive o querer.

Vem das terras de dentro.

Vem do odiar e do querer.

 

Substâncias que vivem dentro de cada ser.

Tóxicos que seduzem o viver.

A ansiedade, pois, nunca virá do planeta Marte,

Se o coração lá não estiver.

 

Pois, quanto mais adiar o querer,

Mais evidentes as chatices do ser.

A ansiedade é produto da terra,

Daquela terrinha

Inconstante em você.

Esta terra pouca gente entende,

E às vezes nem o próprio ser.

 

Mas também tem as terras de fora.

Quais sejam, das pisadas, dos olhares.

Do cenário de todos os dias.

Isso tudo pode virar beleza.

Também pode virar tremenda tristeza.

 

O resultado é dor ou aperto do peito,

Respiração ofegante ou falta de ar,

Mãos secas ou pés frios,

Tremores nas mãos ou partes do corpo.

 

Tantas possibilidades contra o ser.

Cerco que tem um único desfecho:

A vontade que afeta o ser.

 

Funil que resume a vida:

Felicidade ou infelicidade.

Talvez a ansiedade da vida.

Tudo por causa do odiar ou do querer,

Que está fervendo como água quente

Dentro de você.

 

E parece que sempre será assim:

O planeta Marte tão longe.

Porém, lá dentro do ser,

As terras atormentado você.

 

Assim sempre será o viver,

Marcado por terras que cercam o ser.

As terras de dentro e as de fora.

Se a ansiedade viesse do planeta Marte,

Talvez não existissem as terras de dentro e as de fora,

Que tanto atormentam você.

 

Brasília, 31 de janeiro de 2019.

A ansiedade não vem do planeta Marte. Poema de Bomani Flávio.