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Peça para ela usar batom vermelho.

Peça para ela usar batom vermelho,

Se os raios do sol estão fugindo de casa.

Se não agir com saudades de casa,

O telhado e o quintal ficarão em paisagem cinza,

As plantas da casa perderão o vigor,

O quintal ficará repleto de folhas secas.

 

Tudo como herança da vida que restou.

Antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar o batom vermelho.

 

Do contrário, o casal será reprovado na brasa,

Que queimará cada centavo no lixo da casa.

 

Como um diligente cavalheiro,

Revitalize a vida dentro de casa.

Assim a alegria não ficará rasa.

Se cuidar da atmosfera de dentro,

A atmosfera de fora não repelirá a de dentro. 

 

Antes que seja tarde demais, 

Peça para ela usar batom vermelho. 

Talvez volte o antigo mar de rosa. 

Talvez não seja hora, pois, de achar o culpado,

Nem julgar quem realmente estava chapado.

 

Isso pouco importa. 

Antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar batom vermelho.

 

Pode ser que tudo volte como era antes,

Contato que deixe de ser litigante.

Antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar batom vermelho.

Se viver dentro se torna difícil, 

Viver fora não será nada fácil. 

 

Do que adianta o planeta rodar o sol várias vezes, 

Ao longo da existência, 

Se o romance e a conversa perderam a essência? 

O casal precisa recolorir a paisagem,

Com o tom da adequada dosagem.

Sem o reequilíbrio, tudo seguirá para a porcentagem.

 

Em tempos de adversidade, 

O casal não pode esquecer do antídoto.

Mas o melhor continua sendo jogar tudo no esgoto.

 

Assim, antes que seja tarde demais,

Peça para ela usar o batom rosa.

Talvez ela não seja mais uma menininha,

Mas o cosmético rejuvenesce a pele.

Ela sentirá como é importante ser mulher. 

 

Assim que descer do ônibus ou do carro, 

Corra para ela, mas não seja bizarro.

Antes que seja tarde demais,  

Peça para ela usar o batom vermelho,

Pois esta cor é prazerosa.

 

Brasília, 17 de setembro de 2018.

Peça para ela usar o batom vermelho. Poema de Bomani Flávio.

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Leis do casal queimadas no incêndio.

Leis do casal vigoraram por meses, anos.

Leis que, porém, o incêndio consumou.

Que desastre naquela tarde de domingo!

Mas o que sobraram foram as cinzas,

Abundantes cinzas,

Que, no final, não encheram a palma da mão.

 

Como aquelas labaredas de fogo,

Tão tímidas,

Destruíram tão rápido as leis do casal?

 

Incêndio, tamanho que seja, destrói quaisquer leis,

Se não forem guardas na porta e dentro do coração.

Infelizmente, uma só carne atingida,

Infelizmente, intempéries de dois corações.

 

Todo relacionamento começa com o mínimo de leis,

Para juntar uma só carne, se não forem fúteis.

Do nada e do nada a labareda surgiu.

Mas quando há desastre,

Caça-se o culpado.

Base para a trivial pergunta,

Que ressoa como o eco dos sinos da igreja.

Quando se destrói as leis do casal,

De quem será a culpa?

Culpa, culpa e culpa!

Talvez não se tenha culpado.

Talvez a culpa sejam das próprias regras.

Leis não foram feitas para serem pisadas,

Nem destruídas na raiva existente no incêndio.

 

Nunca deixe as leis serem amassadas e pisadas.

Caso contrário se transformarão em cinzas.

As leis do casal serão imunes a incêndio,

Se ficarem longe, bem longe, das malícias das miudezas.

 

Brasília, DF, Brasil, em 05 de setembro de 2018.

Leis do casal queimadas no incêndio. Poema de Bomani Flávio.