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Escola da desordem

Na escola da desordem,

Somente há uma missão:

Acabar com a ordem,

Que existe no coração.

 

Desordem que começa nos olhos,

Na voz, nos pés ou nas mãos.

Se tocar no proibido,

Logo surgirá a escola da desordem,

Para bagunçar o organizado coração.

 

Então não deixe o proibido

Tomar conta do coração.

O proibido destruirá a ordem,

Porque confundirá a razão.

 

Pois na escola da desordem

Tudo começa no coração.

O proibido é a árvore do bem e do mal.

Bem no centro do jardim do coração.

 

Será por isso que não consigo destruir a desordem,

Que tomou conta do meu coração?

O proibido cresce como fogo,

Com o objetivo de embaralhar a razão.

 

Que fórmula agora vou usar,

Para voltar à razão?

Estou sempre repetindo o proibido.

A cada dia um tijolo a mais.

Insumo que, infelizmente, vai afastando a razão.

 

Talvez destruindo a árvore do mal,

Que tomou conta do coração.

Mas onde estará a árvore do mal,

Se somente tenho os olhos,

A boca, os pés ou as mãos?

 

Ora, afastando estes conselheiros

De pronta resposta,

Que sempre enganam o coração.

 

Mas se o proibido infestar a floresta deliberadamente,

Resta ao ser desfrutar da paz,

Que mora nas nuvens.

Fórmula que não tem como recuperar a razão.

Mas não a que vem do chão,

Oriunda do contato com a terra da razão.

 

 

Brasília, 14 de outubro de 2019.

Escola da desordem. Poema de Bomani Flávio.

escola

Uma escola para educar meu coração.

Uma escola no meio do nada.

Mesmo que seja no meio do nada,

Vou criar uma escola,

Para educar meu coração.

 

Terá que ser no meio do nada,

Porque, no meio de tudo,

Pode descontextualizar a razão.

 

Ainda que se tenha uma fera indomada,

Presa dentro do coração,

Melhor deixá-la confinada.

 

Extremamente confinada no meio do nada,

Se não for no meio de tudo.

 

Pois toda escola deveria escolher o seu lugar.

Se será no meio do nada,

Ou se será no meio de tudo.

Talvez a mescla de ambos.

No meio do nada, dificuldades acidentais.

Mas no meio de tudo, tudo confusão.

 

Então, por que no meio do nada?

Tudo no meio do nada pode assombrar.

Acessos íngremes ou pantanosos.

Professores indispostos ao nada.

No meio do nada, uma nova ou velha escola para um recomeçar.

 

Recomeçar do improvável zero,

Porque, do jeito que está,

A mesmice acabe com o esmero.

Talvez nada venha a acontecer.

Ou, se já acontecer, pode mudar.

Escola sem partido,

Doutrinação ideológica.

Escola construtivista,

A comportamentalista.

Tantos tipos de aprendizagem,

Pluralidades de ideias,

Que podem complicar meu coração.

 

Talvez tudo possa complicar meu coração,

Que veio do nada.

Mas qual será a escola boa?

Aquela que não domina o coração,

Mas deixa o indivíduo livre como o pássaro.

Bicho disposto a voar.

Disposto a aceitar, aliás, uma outra paixão.

 

Brasília, DF, em 25 de maio de 2019.

Uma escola para educar meu coração. Poema de Bomani Flávio.