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Auschwitz

Auschwitz da energia cinza – Campos de concentração.

Auschwitz da neve branca.

Auschwitz da energia cinza.

Que chaminés são aquelas,

Que soltam estranha fumaça?

 

São a intensa energia cinza,

Que vem das concentrações.

Dos tristes campos de Auschwitz.

 

Será que os espaços estão diminuindo,

Para haver tanta cinza fumaça?

Muita concorrência,

Para pouca riqueza?

 

Anda ônibus, anda rápido.

Estou vendo muita fumaça.

Muitas ameaças podem ocorrer.

Como aquelas de Auschwitz.

 

Os empregos minguando.

A superpopulação assombrando.

Vacinas com cara de ovelha.

 

Espectros para eliminar os pobres,

Os doentes e os feios?

Tudo assombra para uma única direção:

O passado sombrio assusta,

Por causa da contaminação.

 

Muito mais nefasto podem ser os algoritmos,

Que descobrem buracos negros.

Os códigos podem matar,

Sob as mãos não forem boas.

 

Os tempos poderão ser, pois, extremamente difíceis.

Os arames farpados, pois, ficariam para trás.

 

Sangrentos utensílios de cozinha,

De um mundo exigente,

Que odeia divisão,

Mesmo havendo muitos espaços.

 

Anda ônibus, anda rápido.

Estou lutando por espaços.

Luta que começa no ônibus cheio,

E termina em vaga já ocupada.

 

Talvez surja a seguinte esperança:

Chaminés no passado,

Porém muitos espaços no presente.

Que as chaminés sejam para churrasco.

Não para resolver problemas de espaços.

 

Então desço do ônibus,

Para buscar pedacinho de espaço.

Não para ser vítima dos espaços.

 

Auschwitz da neve branca.

Auschwitz da energia cinza.

O mundo gira em torno dos espaços.

Ouro que demasiadamente assombra.

Aliás, tudo assombra o ser de dentro,

Assombra também o ser de fora,

Na busca constante por espaços.

 

Auschwitz da energia cinza.

Energia que foi embora.

Esfarelou o ser de fora.

Acabou levando também o ser de dentro.

 

Energia cinza que felizmente foi embora.

Substância, porém, que pode voltar

Por causa dos muros,

Que existem para machucar.

Mesmo com novas cores.

 

Brasília, DF, em 24 de março de 2019.

Auschwitz da energia cinza. Poema de Flavio Fiorentina.